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Falcão, um dos técnicos demitidos após apenas 10 jogos |
Ao fim da
10ª rodada da Série A do Brasileirão, as demissões de Falcão, Dorival Júnior e
Argel Fucks – abre o olho, Joel! – confirmam a incrível rotina anual do nosso
futebol: a dança das cadeiras dos técnicos.
Com apenas 10 jogos feitos por cada time até aqui, já são contabilizadas 6 trocas de técnicos entre os times da Primeira Divisão. Só o Atlético-GO, lanterna da competição até aqui, foi responsável pela proeza de já ter trocado de comando por 2 vezes!
E o
histórico mostra que coisa pior ainda vem por aí. Em 2010, foram 31 as
demissões de treinadores. O primeiro ano do campeonato de pontos corridos, em
2003, foi o que contabilizou a maior quantidade de trocas: incríveis 41!
Por que
essa dança das cadeiras de técnicos só acontece aqui no Brasil? Ou melhor: por que
só acontece no FUTEBOL do Brasil? No basquete e no vôlei, por exemplo, a
frequência da troca de técnicos não chega nem perto da do “velho esporte bretão”.
Acontece
que, aqui, como em nenhum outro país no mundo, a quantidade de times de
grande expressão é enorme. Uma torcida não consegue observar, impassiva, o
sucesso da torcida rival. Dessa forma, quando o time vai mal, os torcedores,
impacientes, pressionam jogadores e clubes (muitas vezes de formas violentas e
irracionais, diga-se de passagem). As diretorias, afundadas em dívidas, se
mostram incompetentes e desorganizadas e, pra mostrar serviço, resolvem “mudar
o perfil da equipe”. E, claro, sobra pros técnicos, já que é muito mais cômodo
trocar o único general do que todos os soldados.
Esses números
abissais de trocas de técnico revelam o ambiente hostil e adverso em que se encontra
o futebol brasileiro. Como se não bastassem a baixa qualidade técnica dos jogos
por aqui, os recentes fracassos da seleção, os estádios medíocres e os gramados
esburacados, não é só dentro de campo que a situação está feia.
O
planejamento, palavra da moda no Esporte em geral, nunca é levado a sério nos
departamentos de futebol dos clubes. Muitas vezes – na maioria delas, aliás –, a troca dos técnicos é feita
simplesmente para “jogar junto com a torcida”. Não são levados em conta
atributos que, em QUALQUER outra empresa, para o preenchimento de qualquer
outro cargo, seriam levados. Ser adequado ao perfil da empresa? Compartilhar das
mesmas ambições? Pra quê! Provavelmente, daqui a 8 ou 10 meses, você não ocupará
mais o cargo...
Vejam o
exemplo do Flamengo. No Basquete, o planejamento é digno de aplausos. Consegue
manter o time, ou pelo menos a maioria dos jogadores, há alguns anos. Os
técnicos raramente são trocados. Os resultados? Figurar nas semifinais de TODAS
as edições do NBB até aqui, com um título nacional. Por que raios o futebol não
consegue fazer o mesmo?
A cultura de troca de técnicos já é algo impregnado por aqui. Exemplos recentes comprovam isso. O técnico Tite, do Corinthians, teria sido demitido, fosse ouvida a vontade da torcida, na metade do Brasileirão do ano passado, campeonato do qual saiu campeão. Manteve o trabalho e trouxe para o Parque São Jorge a tão sonhada Libertadores em 2012. Cristóvão Borges, técnico do Vasco, detém o melhor aproveitamento da história do clube na era dos pontos corridos. Ainda assim, a maioria da torcida pede sua demissão.
A cabeça do torcedor brasileiro é algo difícil de entender...
Mas, para o bem do futebol brasileiro, é preciso mudar! Com um pouco mais de paciência e planejamento, teremos clubes mais fortes e mais bem estruturados, futebol de melhor qualidade, disputas mais intensas. Se os marechais se esforçarem um pouquinho mais, teremos melhores generais, melhores soldados, melhores Exércitos. E menos guerras.
A cultura de troca de técnicos já é algo impregnado por aqui. Exemplos recentes comprovam isso. O técnico Tite, do Corinthians, teria sido demitido, fosse ouvida a vontade da torcida, na metade do Brasileirão do ano passado, campeonato do qual saiu campeão. Manteve o trabalho e trouxe para o Parque São Jorge a tão sonhada Libertadores em 2012. Cristóvão Borges, técnico do Vasco, detém o melhor aproveitamento da história do clube na era dos pontos corridos. Ainda assim, a maioria da torcida pede sua demissão.
A cabeça do torcedor brasileiro é algo difícil de entender...
Mas, para o bem do futebol brasileiro, é preciso mudar! Com um pouco mais de paciência e planejamento, teremos clubes mais fortes e mais bem estruturados, futebol de melhor qualidade, disputas mais intensas. Se os marechais se esforçarem um pouquinho mais, teremos melhores generais, melhores soldados, melhores Exércitos. E menos guerras.